A Dinizia jueirana-facao é uma árvore extraordinária, símbolo da riqueza e da fragilidade da biodiversidade brasileira. Ela foi descrita pelos botânicos somente em 2017 e ocorre em pequenos fragmentos em um trecho de Mata Atlântica, no norte do Espírito Santo, nos municípios de Linhares e Sooretama. Na natureza ela possui menos de 100 indivíduos adultos e por isso ela está criticamente ameaçada de extinção, principalmente devido à perda de habitat e ao isolamento de suas populações.
Com sua altura impressionante, que pode ultrapassar os 40 metros e seu peso de 62 toneladas, sendo considerada em 2017 o organismo vivo mais pesado do mundo, a jueirana-facão não é apenas uma gigante das florestas, mas também um elemento essencial para o equilíbrio ecológico, fornecendo abrigo e alimento para várias espécies. Sua conservação é urgente e crucial, e esforços estão sendo realizados para garantir sua sobrevivência. A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em parceria com a Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), a Embrapa Agrobiologia e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), está liderando um projeto para produzir mudas dessa espécie tão especial, com o apoio financeiro do FUNBIO.
Essas ações são um passo essencial para reverter os impactos negativos sobre a espécie e restaurar seu habitat. A produção de mudas visa não apenas aumentar a população da jueirana-facão, mas também conscientizar sobre a importância da preservação da biodiversidade e das espécies ameaçadas, como esta, que carregam em si a história evolutiva e ecológica de nossas florestas. A jueirana-facão é um lembrete do quanto ainda há para ser descoberto, protegido e valorizado em nosso país. Preservá-la é preservar um pedaço insubstituível da nossa riqueza natural.
Autores das imagens: Domingos A. Folli, Geovane Siqueira, G. P. Lewis e Luis F. T. Menezes